quarta-feira, 13 de maio de 2009

13 de MAIO

A familiaridade dos escravos com a escrita sempre existiu: os malês escreviam em árabe suas orações a Alá.
Por tempo demais a historiografia tradicional difundiu a idéia de que os negros trazidos ao Brasil até o século XIX não sabiam ler nem escrever. Aos poucos, esse mito, que alimentou o preconceito secular contra a inteligência negra, perde espaço na recomposição da escravidão. Pesquisas em história levantam evidências de uma disseminação da cultura escrita entre escravos e alforriados. Há pistas de que, nos séculos XVII e XVIII, os negros foram decisivos na difusão do português no Brasil.
Estudos mais modernos, reforçam a idéia de que mesmo os escravos e alforriados iletrados sabiam se utilizar do escrito numa época em que eram proibidos de freqüentar escolas. A pesquisa se baseia em anúncios de jornais e em documentos. Nos anúncios, era comum a descrição física e das habilidades dos escravos foragidos ou à venda. Além de marcas e cicatrizes, realçavam-se atributos, como ofício, capacidade musical, de leitura ou de escrita.
Ter profissão especializada, como alfaiate, pedreiro ou carpinteiro, que exigia o uso de medidas e cálculos, indica um grau refinado de “letramento”, termo que ajuda a entender os usos sociais, culturais e históricos.
Uma das maiores mentiras que a Historiografia já disse foi que a Liberdade dos escravos terminou em 1888;a escravidão contemporânea é diferente da antiga ,mas rouba a dignidade do ser humano da mesma maneira.
No dia 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea, o Estado deixou de reconhecer o direito de propriedade de uma pessoa sobre outra. Contudo, isso não significou que todas as relações de trabalho nas sociedades regidas pelo capital passariam a ser guiadas por regras de compra e venda da força de trabalho mediante assalariamento, com remuneração suficiente para a manutenção do trabalhador e de sua família. O fim da escravidão não representou a melhoria na qualidade de vida de muitos trabalhadores rurais, uma vez que o desenvolvimento de um número considerável de fazendas continuou a se alimentar de formas de exploração semelhantes ao período da escravidão. Não apenas no momento da acumulação primitiva originária – historicamente realizada através de recursos naturais e da força de trabalho – mas ao longo do tempo, como forma de garantir uma margem de lucro maior ao empreendimento ou mesmo lhe dar competitividade para a concorrência no mercado.

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